"O telectroscopio",
O Commercio do Porto. XXVI anno, n° 239.
Sabbado 4 de outubro de 1879. Porto.
Cet article paru dans O Commercio do Porto, fait écho, sans le nommer explicitement, aux travaux de Constantin Senlecq. Adriano de Paiva, Professeur à l'Université de Porto, réagit immédiatement à sa publication dans une lettre publiée le 7 octobre, pour revendiquer la priorité de l'idée du télectroscope basé sur l'emploi du sélénium.
Mais uma maravillia devida á electricidade : o telectroscopio, por meio do qual diversos individuos, separados pelo Atlantico, por exemplo, poderão ao mesmo tempo fallar uns com os outros, ouvir-se e vèr-se, sem sahirem de suas casas. Esta invenção tem sido submettida ao exame de physicos abalisados.
O novo apparelho baseia-se na propriedade que tem o selenio de offerecer uma resistencia electrica variavel e sensivel, segundo as differentes gradações da luz. Esta propriedade foi deicoberta por W. Smith, que communicou à Sociedade de Engenheiros Telegraphicos de Londres essa propriedade que tem o selenio de apresentar menor resistencia á corrente electrica quando está exposto á luz, do que quando o não está.
Chegou-se a medir a acção que as diversas côres exercem na conductibilidade electrica do selenio. Siemens construiu um olho artificial em que o selenio desempenhava o papel de retina, e que ficava sendo sensivel á acção da luz, ás differenças de côr, etc. Conseguiu mesmo que nesse olho houvesse até una especie de palpebras, que se fechavain quando a luz era inuito intensa. Estas foram as experiencias preliminares; passemos á descripção do instrumento.
Consiste em uma camara escura das ordinarias, provida de um crystal fôsco e de qualquer systema do telegrapho autographico.
As imagens representam-se sobre o crystal e os traços d'essas imagens são percorridos por unia ponta de selenio, que está ligada coin a pilha e com o fio transmissor. A ponta experimenta differentes vibrações da luz, as quaes transmitte.
O apparelho receptor consiste em uma ponta de plombagina, ligado a uma lamina finissima de ferro, que vibra em frente de um eclectro-magnete, onde chega a corrente que parte da estação transmissora.
A ponta de plombagina marca sobre o papel, com maior ou menor pressão, as vibrações que recebe.